Miguel Vieira, campeão mundial e europeu de judô paraolímpico, possui uma inspiradora história de superação. Ele perdeu a visão aos 20 anos, em Angola, enquanto trabalhava como fiscal de armazém. Esse evento impactante não o impediu de construir uma carreira profissional e esportiva de alto nível, obter uma licenciatura e fundar uma família. Sua jornada pode ter sido bem diferente se não fosse pela cegueira.
A vida de Miguel mudou radicalmente em um dia que parecia comum. Durante um intervalo no trabalho, adormeceu por alguns minutos e, ao acordar, estava cego. A causa de sua cegueira total permaneceu um mistério, pois não havia sinais anteriores. Miguel usava óculos, mas seu médico em Portugal explicou que ele já deveria ter nascido cego. O problema de saúde o levou a procurar tratamento em Portugal, onde acabou adquirindo a nacionalidade.
Apesar do choque inicial, Miguel Vieira não deixou a cegueira definir sua vida. Ele retornou ao judô, esporte que praticava desde a adolescência, após um hiato de seis anos sem treinar. Sua redescoberta pelo judo aconteceu quando procurou um clube apenas para manutenção física, e seu interesse pelo esporte ressurgiu. Desde então, Miguel Vieira tem se destacado em competições de judô para cegos, alcançando títulos de campeão mundial e europeu.
Além de suas realizações esportivas, Miguel Vieira também assumiu o papel de embaixador da Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde. Ele deseja compartilhar sua história como forma de inspirar e mudar a mentalidade das pessoas, especialmente sobre questões de saúde. Miguel enfatiza a importância de abordar a saúde de maneira acessível e simples, pois muitas pessoas ainda têm conhecimento limitado sobre o assunto. Além disso, ele destaca a saúde mental como uma área frequentemente negligenciada e enfatiza a necessidade de buscar ajuda psicológica quando necessário.
A história de Miguel Vieira é um testemunho inspirador de resiliência e superação, mostrando que é possível alcançar grandes conquistas, mesmo diante de desafios significativos.
Leia Também: Morre Walewska, campeã olímpica com a seleção de vôlei, aos 43 anos