BELO HORIZONTE, MG (UOL/FOLHAPRESS) – Acusada de matar uma vizinha grávida de 9 meses para ficar com o bebê, Joseane de Oliveira Jardim, 42, virou ré no caso nesta sexta-feira (22).
Joseane responderá pelos crimes de homicídio qualificado, aborto provocado por terceiro sem consentimento da gestante, parto suposto e ocultação de cadáver. O TJRS (Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul) aceitou a denúncia do MPRS (Ministério Público do Rio Grande do Sul) contra ela.
“Um crime lamentável que merece uma punição equivalente à gravidade de tudo que aconteceu”, disse a promotora de Justiça do MPRS, Lúcia Helena Callegari. A vítima foi identificada como Paula Janaína Ferreira Melo, de 25 anos.
Procurada, a defesa de Joseane de Oliveira Jardim disse que ela ainda não foi formalmente citada no processo. Confira, abaixo, a nota na íntegra:
“A Defesa de Joseane de Oliveira Jardim informa que, embora a denúncia tenha sido oferecida pelo Ministério Público e aceita pelo Juízo competente, a denunciada ainda não foi formalmente citada no processo, pelo que eventual manifestação ocorrerá somente após o cumprimento desse ato, possibilitando a completa análise dos autos e avaliação das medidas cabíveis; assegurando que o caso seja tratado com a seriedade e o respeito ao devido processo legal que ele exige”, disseram Sharla Rech e Richard Noguera.
Joseane atraiu a jovem grávida com a promessa de doações para o enxoval do bebê, segundo informações da Polícia Civil. Para ganhar a confiança da jovem, Joseane afirmou que também estava grávida, de acordo com o MPRS. Elas moravam no mesmo condomínio.
Uma testemunha contou aos policiais que Paula saiu de casa em 14 de outubro, dizendo que buscaria um carrinho de bebê. O MPRS afirma que a autora usou um objeto para atingir a cabeça da vítima diversas vezes.
Joseane teria feito uma incisão no abdômen de Paula e retirado a criança do seu ventre. No dia 15 de outubro, a autora deu entrada em um hospital, com a criança, após ter simulado o parto.
No hospital, a mulher relatou que estava gestante e havia entrado em trabalho de parto em casa. Os médicos constataram a farsa e acionaram a polícia. Joseane foi presa no dia 16 de outubro.
O corpo da jovem foi encontrado na residência da mulher detida, embalado em cobertores e sacos plásticos, embaixo de uma cama. O bebê também não resistiu e veio a óbito. Eles foram sepultados no dia 17 de outubro, em Porto Alegre.
Em depoimento à polícia, o companheiro de Joseane disse que acreditava que ela estivesse grávida. Ele afirma ter chegado ao apartamento após o suposto parto.
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